Daniel Calasans

Nome: Daniel Calasans
Cidade/Estado: Paraguaçu Paulista/São Paulo
Bio: Psicólogo, especialista em psicoterapia psicanalítica, degustador amador e entusiasta cervejeiro.
Atuação na cerveja: Blog & mídias cervejeiras/Escritor(a) cervejeiro(a)/Jornalista, Degustador(a)
Site/blog: http://www.brejas.com.br/perfil/odimitoge
Facebook: https://www.facebook.com/danielcalasans
Twitter: twitter.com/dcalasans
Instagram: instagram.com/dcalasans
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1) Melhor Ale produzida no Brasil
Wäls Dubbel. É complicado escolher a melhor Ale porque existem muitas excelentes. Então meu critério vai pela junção dos fatores qualidade e acessibilidade. A Wäls consegue entregar uma cerveja sólida por um preço incrível.

Onde você a provou?
Em casa

1a) Melhor IPA produzida no Brasil (American, English, Session, Imperial, Black, Belgian etc)
Dogma Hop Lover. Poucas cervejarias no Brasil conseguem trazer uma pegada de lúpulo tão vívida quanto a Dogma. As notas tropicais da Hop Lover são arrebatadoras.

1b) Melhor Stout produzida no Brasil (Sweet, Dry, Export, Imperial etc)
DUM Petroleum. Provavelmente a melhor RIS brasileira ao lado da recém-chegada Dogma Orfeu Negro. Mas o pioneirismo da cervejaria paranaense, bem como a consistência da receita, faz a Petroleum continuar em primeiro lugar.

2) Melhor Lager produzida no Brasil
Von Borstel St. Deutsch. Uma interpretação muito consistente de German Pils feita pela cervejaria cigana Von Borstel, de Londrina (PR).

Onde você a provou?
Em casa

2a) Melhor Bock/Doppelbock produzida no Brasil
Tupiniquim/Bottobier Thor. Um das boas notícias do ano foi a reedição desta antiga receita da Botto Bier.

3) Melhor Sour ou Wild Ale produzida no Brasil (cervejas ácidas)
Gasoline Sour. Simplesmente encantadora a versão Sour que a Morada criou para a sua Scottish, a Gasoline Soul. Envelhecida em barris de vinho do porto, a receita ganhou mais brilho e profundidade. Na minha opinião, foi a grande sensação de Festival Brasileiro da Cerveja. Uma pena não ter saído também uma versão engarrafada.

4) Melhor Barrel ou Wood Aged Beer produzida no Brasil (cervejas maturadas em madeira)
Bodebrown Wee Heavy Oak Barrel. A Bodebrown está fazendo um trabalho consistente com cervejas na madeira, disponibilizando uma série de receitas diferentes tanto em seu site oficial quanto em festivais. Deixo aqui também a menção honrosa para a Maniba Fuzzy Russsian Imperial Stout Whisky Barrel Aged – que apareceu pontualmente no Festival da Cerveja em Blumenau.

5) Melhor Ale estrangeira à venda no Brasil
Orval. São tantas boas Ales estrangeiras chegando no Brasil que fica difícil escolher só uma. Por isso prefiro apontar um clássico absoluto, a mais interessante das trapistas na minha opinião. Felizmente ela é hoje bastante acessível e continua sendo um baluarte de cerveja impecável.

6) Melhor Lager estrangeira à venda no Brasil
Ayinger Celebrator.

7) Melhor Sour ou Wild Ale estrangeira à venda no Brasil (cervejas ácidas)
Cerveja Duchesse de Bourgogne. Outra pergunta difícil, visto tantos rótulos incríveis disponíveis no Brasil. Mas a Duchesse é uma boa representante ao reunir qualidade e bom preço.Pelo mesmo critério eu também mencionaria a Petrus Aged Pale Ale.

8) Melhor Barrel ou Wood Aged Beer estrangeira à venda no Brasil (cervejas maturadas em madeira)
Struise Pannepot Reserva.

9) Melhor cerveja caseira
Black Anthrax, cervejaria 4Graus. Espetacular criação do Marlos Monçores que merecia uma versão comercial.

10) Há algum estilo de cerveja que careça de mais oferta de rótulos no Brasil? Qual?
Altbier e Doppelsticke. É uma pena que esses estilos históricos não façam tanto sucesso no mercado brasileiro. Um brinde à cervejaria Bamberg que se esforça para nos oferecer tais pérolas.

10a) Em 2015, você consumiu mais cervejas…
Nacionais

10b) Da mesma forma, em 2015 você tomou mais…
Cervejas em garrafa

11) Melhor bar cervejeiro ou brewpub ou taproom nacional
Empório Alto dos Pinheiros.

11a) Melhor restaurante brasileiro com oferta de cervejas
Não votou.

11b) Qual o local brasileiro em que você tomou chope na melhor condição de qualidade?
Biergarten: Empório & Bar – Ribeirão Preto.

12) Melhor mídia cervejeira (blog, site, podcast, videocast, canal de Youtube, programa de rádio, programa de TV etc)
Brejas e O Cru e O Maltado. O Brejas continua sendo a maior referência brasileira para quem procura uma comunidade online ativa de divulgação cervejeira. Já o blog “O cru e o Maltado” é uma fonte diferenciada para quem busca análises mais eruditas relacionadas à história da cerveja, estilos e degustações detalhadas. A escrita e a inteligência do Alexandre Marcussi são algo a se admirar.

12a) Melhor site de cervejaria nacional
A Bodebrown deu uma bela repaginada no site. Lá você encontra informações completas sobre rótulos, eventos e a história da cervejaria. Um exemplo a se seguir num país de sites cervejeiros tão inconsistentes.

12b) Melhor comunicação visual de cervejaria nacional
Invicta. A Invicta fez uma reformulação muito competente em sua comunicação visual. A cervejaria ganhou um novo logo e os rótulos foram repaginados.  Até mesmo o estande dela no festival Slow Brew chamou a atenção, oferecendo aos participantes uma experiência tecnológica com tablets nas torneiras e atendimento self-service.

13) Melhor sommelier/sommelière de cerveja brasileiro(a)
Gil Lebre Abbade Franco. Conheci o Gil há alguns anos, nos fóruns de internet, e cheguei a conversar com ele pessoalmente algumas vezes. Sempre foi muito dedicado ao estudo das cervejas e finalmente este ano teve o seu merecido reconhecimento.

14) Melhor evento cervejeiro nacional
Festival Brasileiro da Cerveja e Slow Brew. Ambos festivais muito bem organizados. O primeiro é o grande palco de lançamentos e novidades; o segundo, um lugar para confraternizar livremente e beber litros à vontade.

15) Melhor fato cervejeiro do ano
O diálogo com o Congresso para a inclusão das micro cervejarias no Simples Nacional foi um passo importante, trazendo visibilidade para a causa.

16) Pior fato cervejeiro do ano
Sem dúvida, a combinação do aumento de impostos com o aumento do dólar foi o pior fato.

17) Previsão cervejeira para 2016
Apesar da diminuição do número de lançamentos e importações, o mercado deve continuar crescendo – ainda que com menor desenvoltura.

18) O que você entende por escola cervejeira?
É um termo controverso, talvez “tradição cervejeira” fosse mais adequado. De qualquer maneira, entendo isso como um ecossistema que envolve ingredientes, receitas e métodos de produção que definem uma paleta de estilos com algo em comum.

18a) Na sua opinião, o Brasil conseguirá ter uma escola cervejeira própria um dia?
Não. Acho muito improvável. É preciso que se tenha consistência na produção de insumos (maltes, leveduras e lúpulos) e processos com uma identidade local. O simples ato de acrescentar ingredientes típicos do Brasil em estilos consagrados não é suficiente para definir uma autêntica “escola”.

 19) A situação econômica do Brasil fez com que você alterasse projetos e hábitos cervejeiros? De que forma?
Infelizmente sim. Um sintoma disso é a grande quantidade de Lagers de massa que consumi em 2015. Até o ano passado eu ainda conseguia fazer um churrasco acompanhado apenas de boas cervejas. Hoje é preciso intercalar com rótulos menos nobres.

20) O que você acha de negociações (aquisição, fusão etc) entre grandes grupos cervejeiros e micro cervejarias?
Penso que há pontos positivos e negativos a considerar. A ampla distribuição de cervejas de qualidade por um preço atrativo é algo que agrada muito o consumidor médio, sobretudo em tempos de crise. Já os pequenos produtores sofrem por não ter condições de competir no mesmo nível e, de quebra, veem seu poder de penetração ainda mais reduzido.
Particularmente não temo tanto a queda de qualidade das cervejas pelo simples fato de terem sido absorvidas pelos grandes grupos. Aliás, é possível até mesmo que consigam aperfeiçoar os padrões de qualidade uma vez que recebem mais recursos. A grande preocupação fica mesmo por conta de um eventual monopólio dos PDV’s através dos famigerados contratos de exclusividade.

21) Você ou sua empresa tem/têm alguma relação profissional/comercial com alguma das marcas e empresas citadas nos votos? Em caso afirmativo, favor especificar quais:
Não.